segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O ceptro de Aerzis

Ontem de manha, num belo e ligeiramente ventoso dia de praia lá para os lados da Ericeira, acabei de ler o ultimo livro da trilogia de "O ceptro de Aerzis". Adquiri esta trilogia, toda em conjunto, à uns meses atrás, por mera curiosidade do tipo de livro e pelo facto de ter sido escrita por autora portuguesa.
Comecei logo bem, porque mal cheguei a casa e abri o primeiro livro, não foi o meu espanto, quando descobri que das primeiras cem paginas, apenas cerca de metade estava impressa, ainda tentei entender se era mesmo assim, ou se existia algum erro, mas após ler um pouco e perceber que a história não estava a fazer sentido, dirigi-me ao balcão da fnac (já devia estar a ganhar algum dinheiro pela publicidade grátis :) ) onde tinha adquirido os livros e simplesmente troquei o primeiro livro, o único atingido pelo misterioso desaparecimento de páginas.Assim comecei a ler os livros, com algumas e por vezes razoavelmente longas paragens pelo meio, devido a interesses sobrepostos, e ao fim de cerca de 6-7 meses acabei então de ler o último.

É de elogiar a dedicação pura, a honestidade, a simplicidade e a beleza da escrita desta jovem (sim jovem, começou a escrever o primeiro livro com 15 anos e tem agora 22-23 anos) que nos conta a história de uma linhagem élfica (avó, mãe e filha) contra um "mal" que há muito assombrava aquelas terras encantadas, cheias de magia, elfos, fadas, duendes, gnomos, espíritos e anões. Ao longo dos três livros dá-nos a conhecer as três personagens principais de uma profecia, bem como o seu crescimento (pessoal, psicológico e espiritual), aventuras e amores. Aliando uma escrita atraente mas simples, sendo suficientemente descritiva para se ter a noção das situações, sem cair no exagero de dar uma grande seca ao leitor, a Inês Botelho (nome da autora), tem ainda um olhar critico sobre o mundo em que vivemos, o mundo do material, do consumismo, do aqui e agora e do capitalismo, onde tudo o que interessa são os resultados. Em oposição revela-nos um mundo fantástico, simples e natural, com preocupações ecológicas, onde é exultada a beleza e a essência da natureza e do espiritual.

Assim e partindo do principio que autora não é, e possivelmente nem tem intenção de ser, nenhum Tolkien ou parecido, conseguiu elaborar uma bela história que vale a pena ler e que nos deve fazer parar um pouquinho para pensar na nossa vida, mas também que existem muitos e bons escritores em Portugal, que se calhar para serem maiores e melhores apenas precisam de algum apoio.

Despeço-me assim com um Até á próxima

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